O Folclore animava a vida e o trabalho das comunidades campesinas
e pontuava de festejos o ciclo anual da vida.
Nesses tempos de ócio, no concelho da Feira e por todo o
país, as pessoas juntavam-se numa eira, num campo ou num adro
e dançavam ao som de uma música tocada por uma viola
ou um outro instrumento acompanhado por uma canção popular
ou uma desgarrada.
Nas romarias e festas não podia faltar o Folclore tradicional.
Depois de um dia ou uma semana de trabalho, surgiam estas danças
folclóricas como descanso e divertimento. Havia também
convívio entre as pessoas, unindo-as e levando-as a comunicarem.
Dançando, este povo sentia-se bem com o seu próprio
corpo, com o espírito e com a sociedade de forma sadia e artística.
O Rancho Folclórico de São Tiago de Lobão,
foi fundado em 1960 e começou os seus ensaios num palheiro
de um dos lugares da freguesia, a Caínha. Foi apadrinhado pelo
rancho de Gulpilhares, Vila Nova de Gaia.
Durante a guerra de ultramar, o rancho não conseguiu ultrapassar
a falta de rapazes e em 1965 acaba por “morrer” de certa forma. Criou-se
um vazio até 1979. É nesse ano, ano internacional da
criança, que a actividade do rancho retoma com toda a força.
Daí por diante tem levado os seus usos e costumes do norte
a sul do país e estrangeiro.
Começando por dançar com um único trajo, o
de domingueiro, este evoluiu e conta actualmente com todos os trajos
da região, desde o dos noivos, à das campesinas passando
pelos da romaria e continuando com os domingueiros. Neste momento,
o grupo conta com cerca de 55 elementos que continuam através
dos seus cantares e dançares a divulgar de terra em terra,
os usos e costumes do povo da sua região.
|